Araciense Railan. De mascote a titular do Bahia

Por: Do Karmo Carvalho
Enfraquecido pela decisão do técnico Paulo Roberto Falcão de poupar jogadores importantes, o Bahia se recuperou e agora possui superpoderes. Na partida contra o Atlético-BA, pela 22ª rodada do Campeonato Baiano 2012, o Tricolor teve em campo um verdadeiro herói na lateral direita. Dono de grande velocidade e muita habilidade, a jovem revelação na verdade é o novo dono da camisa 2 atende pelo nome de Railan, jogador de 17 anos que desde o ano passado se veste de Super-homem para animar os jogos realizados no Estádio de Pituaçu.
"Não torço para o Bahia porque torcedor é qualquer um. Sou mais que isso. Eu amo o Bahia'
- Railan
A missão de ser o mascote do Bahia começou no ano passado, durante o Campeonato Brasileiro. A diretoria tricolor buscava um jogador da base que pudesse utilizar a fantasia de Super-homem nos jogos em casa. Railan não era a primeira opção, mas no final acabou encarregado de representar em campo um dos maiores símbolos do clube.
- Foi em 2011 que tudo começou. Precisavam que alguém da base se vestisse de Super-homem e pegaram eu e o Anderson Talisca para experimentar a roupa. Era pra ser ele, mas a fantasia ficou grande. Quando vesti, ela ficou certinha em mim. Depois me perguntaram se eu sabia fazer alguma patacoada. Comecei a dançar e balançar pros lados. Deu certo, saí no filme do Bahia e já tenho história pra contar – disse o jovem lateral ao Globo Esporte
Promovido para o elenco profissional, Railan foi obrigado a ‘aposentar’ a fantasia de Super-homem. No entanto, segundo o lateral tricolor, há nas categorias de base do Bahia vários aspirantes a mascote com talento para não deixar a torcida tricolor parada.
- Se eu tiver uma boa sequência de jogos no futuro, não vou poder me vestir de Super-homem. Mas tem um monte de gaiato aqui pra usar a fantasia. O mascote sempre estará em boas mãos – afirmou a promessa tricolor.
Railan atuou vestindo a fantasia de super-homem do Bahia
Oportunidade e amor ao Bahia
Railan foi titular do Bahia pela primeria  vez no duelo contra o Atlético-BA. A chance pegou o lateral de surpresa, mas também representou a realização de um sonho.
- Estou muito feliz. Não conseguia me imaginar jogando pelo Bahia e agora estou prestes a realizar isso. E o melhor de tudo é que vou atuar ao lado de Lenine e Jussandro, que eram companheiros da base. É uma responsabilidade muito grande, afinal estou substituindo jogadores como Coelho e Madson. Assumir a camisa 2 do Esporte Clube Bahia não é fácil. Mas acima de tudo é um grande sonho – destacou o jogador nos dias que aproximava o jogar.
Tricolor assumido, Railan chegou ao Bahia em 2010. Antes, o jovem saiu de Araci, no interior do estado, para tentar a sorte em equipes como Cruzeiro, Ipatinga e Atlético-MG. Hoje, ele tem orgulho em dizer que vai defender o clube para o qual torce, ou melhor, o clube que ama.
- Não torço para o Bahia porque torcedor é qualquer um. Sou mais que isso. Eu amo o Bahia e cada momento que vivo aqui. Quero muito retribuir tudo que este clube já fez por mim – disse Railan.
Um verdadeiro herói
Não é só nos jogos em Pituaçu que Railan incorpora o Super-homem. Em casa, o jovem atleta é tratado como um herói pela história de vida que possui. Em 2010, quando estava na base do Atlético-MG, ele teve que abandonar o futebol para voltar à Bahia e cuidar da mãe, que estava em depressão. O lateral tricolor chegou a impedir que ela cometesse suicídio.
Após ‘salvar’ a família, Railan acabou parando na base do Bahia. Um desejo realizado ou talvez uma peça do destino, que ofereceu a um super-garoto a chance de virar um super-homem no Tricolor.