A cidade das ilusões perdidas

Por Zé Socorro - Site Cultura FM Araci
CEMOB124
Confira aqui mais fotos.
É muito difícil fazer programa de rádio nesta cidade Mãe do Dia. Sofro as agonias da impaciência quando comento fatos reais e não sou compreendido, pois as resistências colocadas ao entendimento do que comento são multiplicadas por menos um, isto é: a verdade e a anormalidade chocam. E aí a coisa desanda para o lado pessoal. Explico: Eu não sou contra a nenhum tipo de atividade desenvolvida na Praça da Conceição. Entendo que todo mundo deve buscar seus interesses, mas, respeitando o direito de outro. Estou tentando falar da Praça da Conceição, que está desconfigurada e com inúmeras situações irregulares, que as deixa fora de seu padrões arquitetônicos. Grande parte de seus arredores é ocupada por barracas, até chumbadas no solo, impedindo o acesso dos pedestres e prejudicando o uso daquele ambiente público pelos cidadãos aracienses. O emaranhado de fios que alimenta as barracas acentua a gravidade do problema.

O uso das praças públicas por camelôs e ambulantes é uma prática comum na maioria das cidades brasileiras, porém, em boa parte desses logradouros, depois do fim do dia, os trabalhadores desarmam suas barracas, desobstruindo o espaço para o uso das pessoas. Aqui em Araci a Praça da Matriz, essa prática foge a regra, uma vez que os vendedores não desmontam seus pontos de “venda”, deixando-os fixos e causando ainda mais transtornos à população.
Parece coisa simples, mas não é. Todos os pontos de venda de bebidas alcoólicas (trailers ou barracas) na Praça da Conceição não dispõem de banheiros químicos, então, todos os clientes vão ao Buzu Mania, ao Bar do Vado, ao Bar do Ronaldo, ao Bar do Laerto para usar banheiros, e se for depois da meia noite, mijam nas paredes das residências ou lojas e  etc. À mim parece que não é justo.
Eu já tive o privilégio de ter um cartão postal da Praça da Conceição, eu já tive o privilégio nestes 24 anos que estou aqui de ter visto coisas bonitas em Araci. Mas destruíram e perderam as minhas ilusões nesta Cidade que chamamos Mãe do Dia. Que saudades. Curtam as fotos desta cidade, que um dia, foi chamada a mini Curitiba da Bahia.